Pesquisar este blog

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Pele

“Se nas entranhas riqueza desejar teu ânimo,
assim faze: trabalho sobre trabalho trabalha.”

Os Trabalhos e os Dias
Hesíodo

Sempre desconfiei na concepção comum que quem muito diz pouco tem a dizer, ou ainda sua necessária consequência que escutar é a postura mais sábia, pois, essa sabedoria ignora o falar consigo,e por pouco que sei ,existem muitas formas de dizer.Nesses vinte e poucos anos a subjetividade ,o dizer a si mesmo, tem sido realizada em janelas de ônibus, na velocidade ditada por marchas mecânicas. O tempo não é mais meu, ele foi tomado à força pela necessidade de vida. A jovialidade - em sentido nietzschiano- , a imprevisibilidade, cedeu lugar ao pragmático, a literatura foi sufocada pela técnica.
 
A energia guardada em horas de concentração....  mal sabe as instituições que minha pele exala dança, suor e música.Que as marcas de minhas costas é o grito de um animal preso por convenção..ai, mal sabem o que é viver para torna-se, forma-se pela contigência de uma nota dissonante... mal sei eu que minha mão é o espelho perfeito, meu termômetro, meu oráculo pessoal.Portanto o que faço eu aqui nessa cadeira de madeira morta? Faço o tempo rir de mim enquanto escuto elogios de minha falsa saúde e sobriedade.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. O corpo grita por socorro, tentando nos enviar uma mensagem de que nossa rotina está acima de nossa capacidade, e ainda assim ignoramos e continuamos vivendo como se os nossos vinte e poucos anos fossem nossa última chance.

    ResponderExcluir